A ruína da sociedade na busca frenética pela eficiência infinita
Por Flavia Wass jornalista
“Para o gênio,
toda e qualquer cesura, os pesados golpes do destino como o suave sono, cai na
industruosidade da sua própria oficina de trabalho. E o círculo de sortilégio
dela, ele o traça no fragmento", descreve Walter Benjamin o que seria
hoje, o antagônico à sociedade do imediatismo, o homem comum, pós-moderno
remando contra a maré do decadentismo industrial e de uma sociedade comprimida,
atulhada, espremida, caótica pela busca frenética por "bens" que
façam o "bem" e lhe forneça o "conforto". Neste fragmento
de pensamento, que Benjamin intitula Relógio Normal, “para os grandes as obras
acabadas tem peso mais leve que aqueles fragmentos nos quais o trabalho se
estira através da sua vida. Pois, somente o mais fraco, o mais disperso
encontra sua incomparável alegria no concluir e se sente com isto devolvido à
sua vida”.
À exemplo do poema
de Carlos Drumond de Andrade, Verbo Ser, quando questionado à criança: que vai
ser quando crescer a induz a inúmeras dúvidas: tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito? Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas
coisas, ou seja, a reduz ao modelo tecnicista ou à busca frenética da
eficiência infinita, moldada e saída direto da fábrica. Assim como, para
Benjamin Gênio é industriosidade, ou seja, um construir contínuo, Drumond
também, conclui o poema optando por este trajeto ao “não ser nada”: - Não dá
para entender. Não vou ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser Esquecer! Um modo
de lançar-se ao infinito de Giordano Bruno, filósofo no século XVI, vitima da
inquisição ao tentar provar que o universo seria dinâmico, assim como as
pessoas, e estariam em constante transformação gerando vínculos e mais relações
e por isso mesmo em expansão. Em obra intitulada, Acerca do infinito, universo
e os mundos afirma sua teoria contrária ao mundo fixo de Aristóteles.
"Nós declaramos esse espaço infinito,
dado que não há qualquer razão,
conveniência, possibilidade, sentido ou
natureza que lhe trace um limite.”.
(1584, Giordano Bruno)
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http://serbrasil.blogspot.com.br/p/artigos-cronicas-e-publcacoes.html
Agradecimento à professora Maria Luiza Andrade pós-graduação Literatura Universidade Federal Santa Catarina Disciplina Ruínas: memória, mimesis, metamorfose.
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